INVENTÁRIO e TESTAMENTO DE JOÃO ALVES DE ARAÚJO

Arquivado no Museu Regional de São João del-Rei na caixa 358

Número de folhas originais : 6

Inventariante : JOSÉ ANTÔNIO NOGUEIRA.

Inventário Redigido : Fazenda denominada A Ermida de Nossa Senhora das Dores do Quilombo, Freguesia e Termo de Barbacena em 18/MAR/1816.

Transcrito por : Flávio Marcos dos Passos a pedido de Luis Antônio Villas Bôas.

Data da Transcrição :  ABR/2003.

Objetivo: Dados Genealógicos.
 

FL. 02

E logo no mesmo ato pelo dito Juiz foi determinado pelo Testamenteiro houvesse declarar o dia , mês e ano em que faleceu o testador JOÃO ALVES DE ARAÚJO e se com ou sem testamento ...
Satifez dizendo que o Testador falecera em dias de Dezembro do ano de mil oitocentos e quinze e que era natural da Freguesia de Barbacena, com testamento e que nunca foi casado ...

FL. 02 - HERDEIROS.

  1. VICENTE ALVES DE ARAÚJO (de 56 anos) e os filhos deste :
    1. VICENTE ALVES DE ARAÚJO, 30 anos.
    2. VICÊNCIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO, 32 anos.
FL. 02V - ESCRAVOS : 9

FL. 03 - BENS DE RAIZ.
TESTAMENTO DE JOÃO ALVES DE ARAÚJO. (VOLTAR AO INVENTÁRIO)

Arquivado no Museu Regional de São João del-Rei na caixa 07

Número de folhas originais : 105

Testamenteiro : JOSÉ ANTÔNIO NOGUEIRA.

Redigido : Fazenda do Pinheirinho em 15/NOV/1815.

Data de abertura : 04/DEZ/1815 em Barbacena.

Transcrito por : Flávio Marcos dos Passos a pedido de Luis Antônio Villas Bôas.

Data da Transcrição :  ABR/2003.

Objetivo: Dados Genealógicos.

FL. 03

Em nome de Deus, Amém.
Eu JOÃO ALVES DE ARAÚJO filho legítimo de JOÃO ALVES DE ARAÚJO e de ANA ANTÔNIA DE SÃO JOSÉ, já falecidos e natural e batizado na Freguesia da Vila de Barbacena deste Bispado de Mariana faço meu testamento na forma seguinte. Primeiramente encomendo minha alma a Santíssima Trindade Padre, Filho e Espírito Santo em quem creio e confesso a todos os artigos que assente a Madre Igreja Católica me propõe para crer e nesta santa fé quero viver e morrer e rogo ao Padre eterno queira receber a minha alma assim como recebeu de seu unigênito filho e rogo também a Virgem Maria e Senhora Nossa do Monte do Carmo seja minha advogado perante seu amado filho, o anjo da minha guarda e ao santo do meu nome e a todos os mais santos da corte do céu queira me deter naquele trânsito. Declaro que sou indígno Irmão da Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas e dos Passos de Nossa Senhora do Rosário e Boa Morte desta Freguesia de Barbacena e do Senhor de Matosinhos e Terra Santa e Senhora do Monte do Carmo e de todas estas só de Nossa Senhora do Rosário sou remido a quem meus testamenteiros pagará os anuais em uzados e os mais que eu dever as mesmas. Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar a LEANDRO PEREIRA BAHIA, em segundo lugar a JOSÉ ANTÔNIO DE CASTRO GUIMARÃES e em terceiro lugar a JOSÉ ANTÔNIO NOGUEIRA e em quarto lugar ao Capitão JOSÉ RIBEIRO DE ALMEIDA aos quais cada um por si em solidão queiram ser meus testamenteiros a quem peço pelo amor de Deus queiram aceitar esta minha testamentária e deixo de prêmio ao que aceitar esta minha testamentária cinquenta mil réis. Declaro que o meu corpo será envolto no hábito de Nossa Senhora do Carmo e enterrado na Capela mais vizinha do meu falecimento do quilombo ou do Curral Novo e acompanhado pelo Pároco ou Capelão das ditas capelas ou aonde suceder o que for mais cômodo e com mais tres cléricos ou mais os que se puder ajuntar para assistirem ao meu enterro e todos me dirão missas de corpo presente e o oitavário e com ofício rezado em cada missa e quatro missas dentro do oitavário que seja com a obrigação de dizer em altar priveligiado pela esmola de tres patacas (FL. 03V). Declaro que meu testamenteiro me mandará dizer cento e vinte missas a saber cinquenta pela minha alma e vinte pelas almas do purgatório e vinte pelas almas de meus pais e parentes e trinta pelas almas daquelas pessoas com quem tive trato e negócios todas estas de esmolas de seiscentos réis postas em pauta a metade na Matriz da Vila de Barbacena e a outra metade repartidas pelas Capelas do Curral Novo, Quilombo de Nossa Senhora das Dores e Santa Rita de Ibitipoca e Santa Ana do Garambéu e Santo Antonio de Bertioga e Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca passando certidão de todas e mais os sacerdotes que as disserem e sobre todos o Reverendo Vigário ou quem sus vezes fizer. Declaro que meu testamenteiro me mandará dizer mais na forma acima e na pauta na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte de Barbacena dez missas pela minha alma e na Capela de Nossa Senhora do Rosário da dita dez missas pela minha alma e assim mais vinte missas na matriz de Nossa Senhora da Piedade a saber dez ditas no altar Mor a ser cinco pelas almas do purgatório e cinco pela minha alma e cinco no latar de Nossa Senhora do Carmo e cinco no altar de Nossa Senhora dos Passos da mesma Matriz, todas pela minha lama e por todas em pauta acima digo. Declaro que no dia do meu enterro meu testamenteiro dará doze esmolas a doze pobres de trezentos réis cada uma. Declaro que meu testamenteiro dará a BERNARDA DIAS DE CARVALHO trinta mil réis. Declaro que devo a Nossa Senhora do Rosário do Curral Novo quatro oitavas que prometi para a ajuda do ornato de sua Capela e a Nossa Senhora do Carmo da Matriz de Barbacena doze mil e oitocentos réis que também prometi para ajuda da pintura de seu altar que já prometi a uns poucos de ano. Como também devo ao Senhor dos Passos da dita Matriz doze mil e oitocentos réis que prometi para ajuda de um setial para o altar do mesmo Senhor e sem poder pagar em minha vida hei de pagar e meu testamenteiro há de achar declarado nos meus assentos por ser dívida que tenho própria como também pagará todas as dívidas que eu dever que há de constar por uma lista assinada por mim os pagará sem contenda de justiça para desencargo meu que não fiquem tanto os prêmios e dívidas por pagar que confio no bom zelo e suas consciências. Declaro que de visto da demanda que trazia com a falecida ANA MARIA viúva de FRACISCO PEREIRA DA CUNHA ficando eu izento de pagar as custas (FL. 04). Declaro que sou devedor ao Capitão DOMINGOS GONÇALVES BARROSO resto de um crédito que me fazia o CAPITÃO DOMINGOS DIAS PEREIRA dívida que era do falecido meu Pai de que eu estava obrigado pela parte que me tocava o que constar ser verdade e ele pagou como também a dívida do falecido ANTÔNIO FRANCISCO FERNANDES a parte que me pertencia pagar, o dito BARROSO obrigou-se a pagar e era a parte que me pertencia pagar e pelo falecido meu pai que tudo o mesmo BARROSO pagou e para este pagamento meu testamenteiro venderá uma sesmaria que tenho na altura de ANTONIO MOREIRA livre e desobrigado e a venderá para pagar esta dívida o que for justo sem dever porque a dívida de ANTONIO FRANCISCO se acha a execução no cartório da Provedoria da Vila de São João e me toca a pagar a quarta parte do resto da parte que me tocava. Declaro que paguei ao SargentoMór JOSÉ PEREIRA ALVIM oitocentos e tantos mil réis o que constar da execução por meu irmão JOSÉ ALVES DE ARAÚJO que o dito ALVIM me fez de que eu era fiador do dito meu irmão, deixo esta quantia o que constar certo as minhas sobrinhas filhas do meu irmão MANOEL ALVES DE ARAÚJO : ANGÉLICA, MARIA, INÁCIA, ANTÔNIA, SEVERINA, ANA mulher de JOSÉ ANTÔNIO NOGUEIRA. Para que seu Pai ou meu testamenteiro diligenciar esta cobrança ficando as mesmas com o direito de adir esta dívida para elas pondo que lhe se dê todo o direito que tenho nesta dívida de arrecadarem e receberem em razão de toda a lei de direito que forem preciso para esta arrecadação. Declaroque tenho uma escrava por nome de Rosa crioula que pelos bons serviços que me tem feito e já ter sua idade e me ter servido com muito amor a deixo forra e liberta e ao filho desta chamado Luiz crioulo e outro filho desta por nome José e outro por nome de João filho também da dita os deixo todos os três forros e libertos de toda a escravidão sem embaraçode que também se dê passar carta aos ditos e pode este ser desencaminhado ficar por isso declarado no meu testamento. Declaro que tenho um crioulo meu escravo filho da crioula Rosa por nome de Francisco de idade de oito anos deixo em poder de meu sobrinho VICENTE ALVES DE ARAÚJO e de minha sobrinha VICÊNCIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO padrinhos do dito crioulo para educar e ensinar a ler e mandar ensinar algum ofício como bons padrinhos farão este benefício a domá-lo até a idade de vinte e cinco anos e completos que seja os ditos meus sobrinhos padrinhos do dito lhe passará Carta de liberdade. Declaro que tenho três escravos arrebatados em casa (FL. 04V) de Dona QUITÉRIA MARIA viúva de VICENTE FERREIRA NEVES um por nome de Gaspar e Domingos, Antônio Rebolo quero que meu testamenteiro cuide em tirar um dos ditos por nome Gaspar pedindo a dita Senhora que o entregue recebendo cento e cinco mil réis tirados que digo casado com a crioula Rosa e casado que seja lhe passe carta de liberdade. Declaro que satisfeitas todas as minhas dívidas e legados e mais disposições e por não ter herdeiro forçado é minha vontade que dos remanecentes instituo por meus universais herdeiros a meu irmão VICENTE ALVES DE ARAÚJO e aos filhos deste meus sobrinhos VICENTE ALVES DE ARAÚJO e VICÊNCIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO. Deixo o tempo de quatro anos para meu testamenteiro dar conta deste meu testamento. E nesta forma hei por findo este meu testamento, última e derradeira vontade e peço as justiças de sua Alteza Real de um e outro foro deem inteiro cumprimento e vigor se faltar alguma coisa ou cláusula que aqui vão expressadas os hei por expressadas como se cada uma fizesse evidual menção para o que pedi e roguei a JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS que este por mim fizesse e como testemunha se assinasse e eu me assinei com o meu nome. Nesta Fazenda do Pinheirinho aos 15 de Novembro de 1815.
Assinado JOÃO ALVES DE ARAÚJO. Test.a que este fiz a rogo do testador JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS.

FL. 05V  
Data de abertura do testamento : 04/12/1815 em Barbacena.

FL. 93

Dizem o Alferes JOSÉ LUIZ DIAS por cabeça de sua mulher VICÊNCIA MARIA DO ESPÍRITO SANTO e VICENTE ALVES DE ARAÚJO herdeiros de seu tio JOÃO ALVES DE ARAÚJO que eles querem dar quitação dos remanescentes da mesma herança ...

FL . 95

Existe junto ao testamento uma procuração dos herdeiros acima declarados, passada na Vila da Campanha, onde consta que são moradores da Freguesia do Cabo Verde, termo de Jacuí.

FL. 100

Diz ANA ANTÔNIA DE SÃO JOSÉ viúva que ficou de JOSÉ ANTÔNIO NOGUEIRA, testamenteiro que foi de JOÃO ALVES DE ARAÚJO ...