Arquivado no Museu Regional de São João del-Rei na caixa 439
Número de folhas originais : 439
Inventariante : MANOEL MARINHO DE MOURA
Data de Abertura : 21-3-1763
Local: Paragem Ponte do Marinho, em casa de morada do inventariante
Transcrito por : Flávio Marcos dos Passos a pedido de Regina Moraes Junqueira.
Data da Transcrição : NOV/2003.
Objetivo: Dados Genealógicos.
FL 02 V – FILHOS DO PRIMEIRO MATRIMONIO
FL 02 V – FILHOS DO SEGUNDO MATRIMONIO
FL.03V – ESCRAVOS: 28
FL 03V: BENS DE RAIZ
FL. 05v DIVIDA ATIVA:
FL 11 – (bloco 2)
ANTONIO JOSÉ DE MOURA é irmão de ANTONIO MARINHO DE MOURA
FL 28 – MONTE MOR: 9:270$218
FL 43 –
CATARINA VITÓRIA DA ASSUNÇÃO é viúva de INACIO ROCHA PORTO
FL 45
ESCOLÁSTICA MARIA DE JESUS é casada com JOSÉ LEITE RIBEIRO
FL.11 - TESTAMENTO
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Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, três pessoas e um só Deus verdadeiro. Saibam todos quantos este instrumento virem como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo mil setecentos e sessenta e três, aos doze de fevereiro do dito ano nesta freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João del Rei eu, MARIA DA ASSUNÇÃO DE MORAES estando em meu perfeito juízo e entendimento que Deus me deu estando de cama e temendo-me a morte e desejando por minha alma no caminho da salvação e por não saber o que Deus Nosso Senhor quer de mim fazer e quando será servido levar-me para si faço este testamento na forma seguinte : Primeiramente encomendo a minha alma a Santíssima Trindade que a criou e rogo ao Santíssimo Pai que pela morte de seu Unigênito Filho a queira receber, e a Virgem Maria Senhora Nossa do Monte do Carmo de quem sou indigna filha professa na sua Ordem terceira nesta Vila de São João del Rei e a Nossa Senhora Madre de Deus e a todos os Santos e Santas da corte do céu pedindo a todos sejam meus intercessores e advogados quando minha alma deste mundo partir para que vá gozar da bemaventurança para a qual foi criada pois como verdadeira cristã protesto viver e morrer na Santa Fé Católica e creio tudo quanto tem e crê a Santa Madre Romana nesta fé espero salvar a minha alma. Rogo em primeiro lugar a meu marido MANOEL MARINHO DE MOURA com quem sou casada em segundo lugar a minha Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo queiram ser meus testamenteiros e benfeitores. O meu corpo será amortalhado no hábito ou túnica dos irmãos terceiros de Nossa Senhora do Carmo e será sepultado na capela mais vizinha donde for o meu falecimento e encomendo seja acompanhado pelo Reverendo Pároco ou pelo Capelão da capela mais vizinha ou outro (fl 11v) qualquer sacerdote que me achar e me dirão missa de corpo presente os que acharem ou meus testamenteiros determinarem e se lhes dará a esmola acostumada e caso venha a falecer na vila será meu corpo enterrado na minha Venerável Ordem Terceira. Declaro que sou natural e batizada nesta dita freguesia de Nossa Senhora do Pilar, Bispado de Mariana e filha legítima de ANTONIO VIEIRA DE MORAES e de ANA PIRES DE OLIVEIRA. Declaro que fui casada primeira vez com LOURENÇO CORREA SARDINHA de quem me ficaram cinco filhos a saber: Romão o qual já é falecido, ANA e MARGARIDA que já estão casadas ESCOLÁSTICA e CATARINA que ainda estão solteiras, e segunda vez sou casada com MANOEL MARINHO DE MOURA de quem temos quatro filhos a saber ANTONIO, LUZIA, MANOEL e JOSEFA os quais todos são meus legítimos e necessários herdeiros de todos os bens que por direito me tocarem depois de pagas as dívidas de devemos. Declaro que as duas filhas casadas se lhes deu de dote a saber a ANA setecentos e quarenta e cinco mil réis em bens ou em que na verdade constar por juramento de meu marido sendo necessário e a MARGARIDA se lhe deu também, em bens novecentos mil réis pouco mais ou menos e que tudo declarará o dito meu marido na forma em que tenho dito e se fará menção nas partilhas que se fizerem de suas legítimas que lhes couberem conforme determinar o direito e a justiça. Declaro que deixo por herdeira de minha terça a minha alma da forma seguinte : A meu filho Antonio para ajuda de se ordenar e caso não queira se ordenar se repartirá entre suas irmãs LUZIA e JOSEFA cem mil réis, à Capela de Nossa Senhora Madre de Deus para as suas obras a qual está vizada neste Rio Grande cincoenta a MARIA, filha de Maria da Silva (fls 12) cincoenta, a meu irmão FRANCISCO PIRES, a filha de (ilegível) ALVES DA COSTA chamada FRANCISCA cincoenta mil réis, a minha afilhada TEREZA, filha de meu compadre FRANCISCO VAZ cincoenta mil réis, a JOSEFA filha de meu irmão JOSÉ DE MORAES cem mil réis e o que sobrar tudo se me mandará dizer de Missas por minha alma pela alma de meus pais e de minha mãe, de meu filho ROMÃO e de meu marido LOURENÇO CORREA SARDINHA e caso minha terça não chegue para as disposições declaradas meus testamenteiros farão retalhamento em tudo. Declaro que tenho outro testamento feito o qual se acha na minha ordem terceira e aprovado este que só quero que valha ficará o outro de nenhum vigor. Declaro que o testamenteiro que este meu testamento aceitar arrecadará pelo seu trabalho a vintena. Declaro que além das missas que mando se me digam pela minha alma me mandarão também dizer meus testamenteiros três missas em o dia do nascimento de Nosso Senhor, naquele mesmo ano em que eu falecer. Declaro que as missas que mando dizer digo que mando se digam pela minha alma meus testamenteiro as mandarão dizer dentro em dois anos e para as mais disposições dou o tempo de cinco nos. Declaro que tenho vendido a meação de todos os bens que se me acharem a meu marido MANOEL MARINHO DE MOURA para o que hei por louvados a avaliadores a DOMINGOS JOÃO DE SOUZA e FRANCISCO GONÇALVES BRANCO, matando pela sua metade i dito meu marido a VENTURA CORREA consentindo-nos de nossas livres vontades e estamos pelo que os ditos louvados determinares e achassem em suas consciências.....os ditos bens o que tudo constará da Escritura que para esta venda se fez e a ela ou ao preço porque (fl 12v) venho justo com o dito meu marido do tempo que lhe dou de espera dos pagamentos tudo constará da dita escritura a que me reporto. Declaro que as dívidas que se devem e eu devo estas não declaro neste testamento, digo declaro neste meu testamento o que fará meu marido e se estará pela conta que lhe deve só com seu juramento sem mais pendência de justiça. E nesta forma hei por acabado este meu testamento que quero se cumpra q guarde como nele contem por ser esta minha última vontade e peço as justiças de Sua Magestade assim Eclesiásticas como seculares lhe façam dar inteiro cumprimento. Se para melhor validade e complemento desta última vontade lhe faltar alguma cláusula ou cláusulas as hei aqui todas expressadas e declaradas como se de todas fizera menção e pedi ao Reverendo MATHIAS DA PAZ E CASTRO este meu testamento escrevesse e por mim e como testemunha assinasse por eu não saber escrever, dia era ut supra.
Assino a rogo da testadora MARIA DA ASSUNÇÃO DE MORAES e como testemunha que este fiz o Padre MATHIAS DA PAZ E CASTRO.